28 de jul. de 2011

O primeiro corte de cabelo a gente nunca esquece

A Nina nasceu super cabeluda e com os fios pretinhos. Com o tempo, o cabelo foi clareando e hoje é castanho, com nuances de dourado. Mas, o que nunca mudou foi a (grande) quantidade de fios. A gente percebeu que eles caíam porque ficavam no travesseiro, mas ela nunca ficou careca. Ao contrário. Com 11 meses, já estava na hora de cortar a franjinha - o coqueirinho, como a gente chamava a chuquinha, que já estava mais pra palmeira imperial, tamanha a altura do rabinho. E aí que só mesmo com muita técnica pra não deixar a menina com cara de doida, com aquelas franjas mal feitas (quem já cortou a própria franja e se arrependeu depois põe do dedo aqui...). Além de querer o mínimo de simetria, cortar as madeixas dela também tinha um caráter sentimental, pois queria muito que fosse com uma pessoa especial!

É que eu corto cabelo com o Paulo há quase 20 anos. Comecei ainda no colegial, quando ele era assistente de um salão do bairro Cambuí, em Campinas. Foi minha tia Márcia que o conheceu e indicou. De lá pra cá, o Paulo virou o PH Institute, num ambiente super gostoso da rua Prisciliana Soares - e que vai ficar ainda melhor com as mudanças de uma reforma bárbara no local. Já eu saí de Campinas e fui morar em Bauru, depois em Londres, depois em São Paulo... e sempre pedia para a minha mãe negociar um horário para corte "no fim de sábado". E ele sempre me atendeu, nunca fiquei na mão.

Então fomos nós três (eu, Nina e André) para o salão, para este momento tão divertido juntos. Enquanto eu segurava a Nina na cadeira, o PH mostrou técnica e agilidade invejáveis para cortar as madeixas sem que ela desse chilique (ela também é bem educadinha, diga-se de passagem, hehehe). Foram quatro tesouradas e pronto, surgiu uma franjinha foooofa! O papi aproveitou para registrar todo o momento, como a gente vê nas fotos abaixo, ou neste álbum de fotos. A Manu, sobrinha do PH, também deu a maior força, foi uma graça!

Sabe, num tempo em que a vida e as relações parecem tão descartáveis, fico feliz de ter esse vínculo tão duradouro. Porque amizades assim são capazes de fazer com que um simples corte de franja se torne um  momento especial. Ou será que "virei mãe" e estou sentimental demais? ;) 

De bochechas rosadas, ela espera pelo novo look!

PH, o "autor" da franja da Nina!

26 de jul. de 2011

Dia da avó e a alegria de ter bisa

Hoje é o Dia da Avó e a Nina tem a maior sorte. Além das vovós Angelica e Sara, ela ainda tem a minha avó materna viva e lúcida. Tá certo que a bisa Íris anda meio esquecidinha, é bem verdade, mas nem por isso é menos graciosa. Aos 92 anos - completará 93 em outubro - ela tem seis netos, três bisnetas (Nina, Tatá e Gabi) e mais dois bisnetos a caminho (o Guilherme e o Léo, das primas Lu e Paula).

Eu mesma tenho muitas lembranças queridas dos meus avós. O pai da minha mãe, o vô Wilson, era muito carinhoso com os netos.  Ele trabalhava em outra cidade,  e quando chegava no fim de semana, trazia figurinha dos ursinhos carinhosos pra mim e pra Paula. Era também um pé de valsa de primeira, e me ensinou vários passos de dança de salão. 

Já a bisa é uma figura. Nascida em sampa numa família vinda da Itália, a vó Íris sempre foi vaidosa e divertida. Eu adorava voltar da Unesp em Bauru pra Campinas nos fins de semana, só pra levá-la na feira hippie do centro de convivência.  A gente comprava íma de geladeira escondido da Li e acabava a manhã tomando água de coco. Foi com minha avó que eu aprendi o que era pechinchar na feira! Quando ela ficava brava com os netos, dizia que ia dar uma "surra com cinta de correiada", mas nunca deu nem uma palmada em nenhum dos seis!

Quando meu vô morreu, em 97, eles tinham completado 53 anos de casamento. Mexendo nas coisas dele, minha tia encontrou umas folhas secas enroladas num papel. Minha avó viu e se pôs a chorar: ele tinha guardado um cravo, que ela tinha dado como presente ainda na adolescência. Adoro essa história de amor!

A Nina ainda não conhece a vovó Sara, que mora em outro país, mas em breve será paparicada por ela. Também não vê toda hora a vovó Angelica, que mora em outra cidade. Mas, nem por isso deixa de ser mimada pelas duas (e pelo vô Carlos, outro babão!). E eu fico feliz, por saber que minha filhota também terá boas lembranças de seus avós...

Ninoca de mãos dadas com a bisa Íris...
Várias geraçãoes e um único amor!

20 de jul. de 2011

A difícil tarefa de educar sem mimar

Na semana passada, um texto da jornalista (e mestre!) Eliane Brum bateu forte nos meus pensamentos. Meu filho, você não merece nada, publicado na coluna semanal Nossa Sociedade, da Época online, repercutiu em redes sociais e causou comoção entre muitos colegas. Eliane fala de pais que não querem “frustar” filhos, mas acabam criando adultos que não sabem lidar com a vida – ou melhor, com as dificuldades inerentes a ela.

Engraçado como é quase instintivo querer ‘proteger’ acima de tudo (e de todos) um filho, mas blindá-lo frente às dificuldades do mundo pode gerar o efeito contrário. Porque as barreiras da vida servem para serem superadas, e a cada novo passo há de virem junto novas vivências, um novo entendimento. E aí, uma nova experiência. Não é à toa que as pessoas mais velhas são consideradas mais experientes – se tivessem sido blindadas a vida toda, será que seriam merecedoras desse título de vida? O fato é: crescemos conforme aprendemos.
 
Eu nunca consegui deixar a Nina chorando sem confortá-la. Nos primeiros meses de vida ela chorou copiosamente, praticamente todos os dias. Quem viu, vai lembrar do que estou falando. Tinha um chorinho manhoso lindo, mas tinha também o choro que não parava: a gente trocava fralda, dava mamar, pegava no colo, deixava no berço, andava, sentava, cantava, praticamente assoviava e chupava cana... e nada dela parar. Como essa situação me desgastou demais emocionalmente, me acostumei a não deixá-la chorando em outras situações. Se ela está no berço, no cadeirão ou no chão, e começa a chorar, eu logo tento acalmá-la, para que se sinta segura.

Daí que, com essa atitude e o texto de Eliane, me questionei. Será que sempre acalantá-la de bate pronto frente a um chorinho é a melhor atitude? Será que não estou me precipitando quando deixo de fazer algo que preciso só para pegá-la no colo porque ela não quer ficar no chão? Como caminhar na linha tênue entre educar e mimar? Confesso que vou terminar este post sem dar a resposta, e pode ser que passe a vida sem saber respondê-la...

Ninoca Pipoca toda independente:
se joga, filha, que nós estamos aqui pra te apoiar!


13 de jul. de 2011

Rock para ouvir, vestir e ler... #diadorock

Hoje é o #diadorock e as redes sociais estão bombando com listas, frases e músicas sobre o assunto. Aí, pra quem pensa que 'mamãezinha & afins' não tem nada a ver com rock'n'roll, lembrei dos primeiros CDs que comprei pra Nina, logo no início da gravidez: Beatles, Pink Floyd e Rolling Stones em versões de canções de ninar. Depois a pequena também ganhou o do U2 da tia Pati, como eu comentei neste post. Uma das coleções mais famosas e completas é da Rockabye Baby, que hoje tem um catálogo beeem diversificado, vale a pena visitar o site. Quem não quiser comprar o CD pode encontrar links de rock em versão de ninar no Youtube.

Além de familiarizar filhotes com música (e música de qualidade!), os amantes de rock podem apostar num visual, digamos assim,  mais radical para bebês. Já há uma quantidade razoável de marcas de roupas que usam estampas bem mudééérnas, com ícones da música, dizeres divertidos ou outros desenhos descolados, como caveiras e morcegos (acreditem, tudo muito fofo!).

I Can't Get No Satisfaction!!! ;)
Entre as marcas legais que eu conheço estão a Metamorfose Ambulante (a minha preferida é a camiseta do Bob Marley, não é rock, mas eu adoro!!), a Rock me babies (tem tapa fraldas fofos!) e a Baby Rock (este site, inclusive, é demais, tem uns disquinhos para você escolher uma música, coisa fina). A Mini Humanos (adoro esse nome!) também tem uma linha baby rock com vestidos, babadores e até almofada no formato de guitarra. O legal é que todas estas marcas têm lojas que vendem pela internet, então dá para comprar de qualquer lugar do Brasil.

Além de ouvir e vestir, fica por último a dica do livro O Pequeno Livro do Rock, de Hervé Bourhis (vi no blog Pequenos Leitores, via Sam Shiraishi). Segundo Sam, o livro é uma história cronológica do rock em desenhos, para filhos e pais lerem e curtirem juntos. Veja mais aqui. Agora tchau que tem uma roqueirinha bombando aqui na sala de casa...

11 de jul. de 2011

Corre, Giovanna Antonelli, corre!

“É piração cobrar boa forma logo após o parto”. Esta era a chamada de capa de uma revista de celebridades com a atriz global Giovanna Antonelli, que há menos de um ano deu à luz gêmeas e já é mãe de um garoto de 6 anos. Num primeiro momento, meu reflexo foi concordar com ela. De fato, para a maioria das mulheres é muito difícil voltar à “boa forma” logo depois da gravidez. E é isso mesmo. Depois, em casa, refletindo sobre a cena como um todo – a frase na capa da revista na banca – pensei sobre como as aspas soam engraçadas naquele contexto.

Parece que no Brasil uma mulher que use manequim 42 é gorda. Se for 44 então, obesa, tipo baleia-orca-assassina. Se você não tem o peso entre os 50 e poucos que as ‘musas’ das revistas juram que têm, corra pra esteira (corra mais ainda NA esteira!). E por mais que você se sinta bonita, desejada e, principalmente, feliz, fora dos “padrões” de beleza, algumas situações fazem o desserviço de despencar sua autoestima para o dedinho do pé.

Folhear revistas de celebridades na manicure pode ser uma delas. Você tá lá, linda e feliz fazendo a unha no salão pra ficar mais jeitosa, e cai na besteira de pedir a ‘revista da semana’ para saber das novidades. Aí você começa a ver fotos de mulheres magérrimas, lindas (e loiras, muitas vezes), e vai se afundando na cadeira. Aí, lê uma delas dizendo que mantém a ‘ótima’ forma de 52 quilos com dieta e malhação e pensa que não chega nesse peso nem se passar um ano a pão e água – ou só água mesmo. Um momento que deveria ser de relax e alegria, vira um martírio, e apesar de você deixar o recinto com as patinhas da cor da moda, vai pra casa pensando que é gorda e tem que emagrecer – e só.

Aí você engravida, tem filho e vê celebridades que em dois meses após o parto estão lindas (lê-se magérrimas). E o que a mídia faz? As coloca em capas de revistas e matérias de TV como grandes ‘exemplos’. Esfregam as fotos no seu nariz e você se sente, no mínimo, incompetente. Ninguém fala de verdade o quanto é difícil pra cacete perder peso, ainda mais quando se tem um bebê em casa (e a vida fica ainda mais corrida). Ninguém esclarece que essas “divas” têm uma baita estrutura que as permite fazer uma, duas horas de academia por dia (com personal, claro!), enquanto a babá olha o filho, a empregada arruma a casa, a cozinheira faz a comida light e o empresário fecha novos contratos. E, pior, se uma beldade está na casa dos 60 quilos, ou um pouco acima, suas fotos têm como chamadas “fulana aparece com quilinhos a mais”. 

Mamãe-gordinha: a calça não fecha, mas o coração transborda! 

Não estou dizendo que eu gosto de estar acima do peso. Não gosto, mesmo. Quando voltei a trabalhar e passei a deixar a Nina em berçário, aproveitei um tempinho livre e ralei muito para queimar gordura. Ainda estou ralando. Mas é porque quero me sentir bem. Quero vestir uma roupa e me sentir confortável. Quero ter saúde pra levar minha filha no parque e rolar com ela na grama. Ter força nos braços para carregá-la no colo, músculos das coxas que aguentem colocá-la na cadeirinha da bicicleta. E, claro, quero me sentir bonita e atraente (não dá pra virar mãe e esquecer de mim, mas isso não significa que eu tenha que pesar menos que um número pré- determinado de quilos ou usar um número específico de jeans).

Então, Giovanna, sua linda! (eu acho você linda, mesmo!), fica engraçado ler o seu ‘desabafo’ na capa de uma revista que só vende justamente porque é recheada de mulheres magras e belas. Fiquei aliviada quando percebi que você, estrela top, também sofre para ‘voltar ao normal’ após ter filho. Te agradeço profundamente pela declaração, e espero que isso ajude a mudar a cabeça das leitoras, e quem sabe a cabeça dos editores de publicações, e quem sabe a cabeça do mundo da moda... e por aí vai. Efeito dominó, sabe? Que não falte saúde pra você cuidar das suas filhotas e seu filho, nem pique pra você continuar correndo pelas orlas cariocas. Corra, Giovanna, corra! De casa espero te ver mais redondinha na TV, servindo de exemplo para muitas telespectadoras!  

8 de jul. de 2011

A noite em que minha mãe surtou

Se a Nina falasse, com certeza teria dito isso esta semana. Sério, surtei. Se alguém que lê este post tem a receita para não se descabelar diante de noites muuuito mal dormidas e falta de rotina, me passe. Estou de caneta na mão para anotar t-u-d-i-n-h-o. Já nem uso mais a palavra cansada. Comigo é só “exausta”. Me faz lembrar do meu terapeuta. Carinhosamente ele me chamava de Fernanda Montenegro, quando se referia aos meus talentos “artísticos” (leia-se aqui minha capacidade ‘dramática’ de exagerar nas coisas/situações/sentimentos). “Exausta” pode até ter a ver com esse lado, mas não deixa de ser verdade.

Eu sei que as coisas se acertam, que a neném vai crescer e tudo vai melhorar (na verdade, serão outras demandas...). Sei também que ser mãe é a coisa mais maravilhosa que pode acontecer a uma mulher (é clichê, mas é verdade). Mas duas coisas não devem mudar tão já na minha vida: o fato do pai dela viajar muito e não ter horário pra nada, e a falta de ter alguém pertinho de casa, pra me ajudar com as demandas do dia a dia. 

Ninoca bombando com a blusa que a tia Tatu trouxe do Peru!
Tenho muitas amigas queridas que sempre se oferecem pra dar um help (adoro todas!) e duas cunhadas (Mi e Lu) que também super estão a fim de dar uma mãozinha, ou mesmo minha mãe, que numa necessidade já aprendeu a descer do Cometa na ponte do Piqueri e seguir de táxi pra minha casa (ó, que descolada!). Agradeço de coração o apoio de todas elas. Mas, sinto falta de ter alguém pra dar uma olhadinha enquanto tomo um banho decente (leia-se lavar o cabelo), ou tenho que ir ao supermercado. Na hora em que gostaria de ter a liberdade de ir ao banheiro (fazer a unha então, virou luxo!). 

Antes de atirar a sua pedra (sim, sei que muita gente pode achar que estou reclamando de barriga cheia), pense que quando digo não ter ninguém perto, é exatamente isso: a não ser que eu pague uma babá pra dormir em casa – o que está fora do meu orçamento – dependo só de mim. (Justiça seja feita: o André é um mega pai, suuuuper ajuda, é uma graça. O problema é que não está em casa sempre...).

E aí, surtei: passei todas as madrugadas desta semana em claro por causa do nariz entupido da Nina (e desde quarta, o André viajando...). Tadinha, ela chorando sem respirar e eu chorando de sono e cansaço. Enfim, entre tantas outras coisas que permeiam o momento que estou vivendo – este post rende assunto até, né, minha gente?, sinto que só mesmo tendo fé para seguir sem cortar os pulsos (bom, aqui é sentido figurado). Me apoio na graciosidade da minha pequena e nos incontáveis sorrisos banguelas (maravilhosos, por sinal) para respirar e pensar: vai dar certo. Sim, vai dar certo. Na verdade, já está dando. E, no fim, a Nina terá um belo roteiro de Almodóvar pra contar...

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