23 de ago. de 2011

Um ano da Nina!!! - ou um ano 'de' Nina...

Hoje a Nina completa um aninho e pela manhã eu e o André estávamos  pensando quanta coisa já vivemos nesses 365 dias de "vida nova". Foram tantas, mas tantas mudanças... internas e externas, em casa e no trabalho, como pessoas e como família. Momentos de reflexão, de alegria, de tristeza também - alguns aprendizados vem justamente de momentos mais tensos! - e, acima de tudo, de um amor infinito (realmente acertei quando dei o nome a este blog).

O mais engraçado foi perceber como a noção de tempo se transformou para nós. Enquanto sabemos que o tempo passa rápido (é o que mais ouvimos, muitas pessoas dizem sentir saudades de quando os filhos eram bebês), quando pensamos nesse um ano de vida, temos tantas recordações (o blog é prova disso!), que parece que as coisas aconteceram em bem mais que 365 dias. A conta não fecha, tá faltando dia nesse ano! [Pô, foram tantas as pessoas que nos ajudaram de diversas maneiras, até aproveitamos este momento para agradecer tanto carinho!!!...]. 

ó que fofo: o contador de dias completo!
Para mim, particularmente, foi um período de transformações intensas. A maternidade é algo que transcendeu qualquer outro sentimento que já tive, porque vivi (e continuo vivendo) diversas fases e situações que mudaram meu jeito de ver e encarar a vida. Se for pra levar em conta todas as dificuldades que enfrentei, tanto com a neném quanto comigo mesma, diria que "sobrevivi". Se for pra falar dos momentos de descobertas, meus, do André, da Nina e dos que descobrimos juntos, diria que "cresci". Mas, se for pra falar desse sentimento avassalador, que enche o peito e transborda o coração cada vez que abraço minha filha ou a vejo dando um sorriso banguela, simplesmente não tenho palavras para descrever.

Agora estamos aí, começando novas fases - Ninoca está percebendo que pode ficar em pé sozinha e está a um passinho (literalmente!) de andar sozinha - e certos de que o aprendizado, para nós e para ela, será constante. A vida é assim, né? A gente vive para aprender e crescer, e tudo fica muito melhor quando, no meio disso, tem carinho, compreensão, cumplicidade e amor.


Ninoca no parque, exercitando as palminhas: cantar parabéns é uma alegria sem fim!

* agradeço à querida @thaismaranho, que fez esta arte tão fofa com as fotos da Nina. Foi ela também quem me ajudou a remodelar o blog Nina ensina... Aos que se interessarem, Thaís faz isso profissionalmente, viu? ;)


8 de ago. de 2011

Virose e os ensaios para o 1o. aniversário!

O André saiu de casa com a Nina para fazer várias coisas na rua na manhã de domingo. Ia na padaria, na loja de construção, no supermercado... Quando eu perguntei se estava tranquilo sair com ela e se a bolsinha (com fraldas, troca de roupa, mamadeira) estava arrumada, ele disparou: “com o papai, está tudo sob controle”.

Eu, que passo o tempo todo com ela ‘na função’, como diz o próprio André, ia aproveitar para tomar um banho decente 'de cabeça', tomar café numa única sentada (quem tem filho pequeno sabe como a gente aprende a divertida habilidade de fazer as refeições de forma picada!) e escrever meu projeto de TCC para a pós-graduação.

Eis que, menos de meia hora depois de sair, o papai me liga... “vai para o hospital e leve os documentos da Nina... ela passou mal”. Lá se foram as minhas esperanças de ter uma manhã de domingo razoavelmente tranquila. Ela já tinha vomitado às 6h, enquanto dormia, e tivemos que dar um banhão logo cedo, o que já tinha sido um grande susto... Mas quando cheguei no PS, o André estava branco, quase gago. Sabe aquela história “seria cômico se não fosse trágico?”. Então, isso mesmo.

O que aconteceu foi que a Nina vomitou muito na padaria, e por causa disso teve uma queda de pressão e meio que desacordou nos braços dele. Agora, imagina a situação: o super pai, que acha que tem tudo sobre controle, com a menina desmaiada no colo. Coitado, ele ficou desesperado, começou a mobilizar os funcionários, um policial que estava na porta do estabelecimento... saiu chamando o SAMU, os Bombeiros, a Swat, o Bope, qualquer coisa que os levassem para o hospital. Acabou que um funcionário da Villa Grano foi parceiro e levou os dois. Depois, ainda foi levar o nosso carro, que tinha ficado na padoca, no hospital, acredita?

Já no atendimento com a médica, a neném teve diarreia, o que sacramentou o veredito: virose. Forte, daquelas que quase desitrada. Dali pro fim do dia, a Nina ficou no soro e no Dramin. Dormiu, acordou, dormiu, acordou... mas nós só ficamos mesmo tranquilos quando ela acordou pela última vez, já corada e disposta. Estava tão boazinha que até ensaiou palminhas para o parabéns... de talinha na mão e tudo!  Ela canta parabéns e mostra habilidade para colocar a chupeta na boca mesmo com a tala do soro, uma figura! Nem se abala com o choro de outro bebê, fica de boa, bem diferente de quando deu entrada no ps.

O que mais nos marcou nessa locura toda foi realmente perceber o quanto não há domínio sobre a vida quando se tem filho. Sim, você pode até programar o que pretende fazer, mas tem que ter a consciência (e o jogo de cintura) para saber que, a qualquer momento, tudo pode mudar, e seus planos podem ser substituídos por algo inesperado. Não é fácil, mas é assim que a vida segue: diferente, mas com muito mais amor.

4 de ago. de 2011

Chico Buarque, Carolina mãe e Nina filha

Cresci ouvindo minha mãe dizer que sempre gostou da música Carolina, do Chico Buarque. Gosto da  melodia,  mas confesso que achava a letra um pouco triste. Me incomodava que o 'meu olhar' carregasse tanta dor assim, me sentia alegre e feliz demais para sofrer tanto...

Carolina

Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar, seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar, é hora, já sei, de aproveitar


Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...

Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que já não existe,

Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar, agora não sei como explicar


Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu.

Depois, já na adolescência, quando conheci de verdade o Chico - e mais um monte de gente boa da MPB, graças aos discos da minha mãe e da minha tia - entendi a beleza da letra (até por contextualizá-la na carreira do autor). E o Chico foi virando uma referência: os LPs da Philips, o programa Chico & Caetano da TV Globo, a fita K-7 de Paratodos... Quando ele lançou a turnê Carioca, em 2006, fui ao show com a minha mãe. Ela veio de Campinas só para isso. Foi muito emocionante, afinal de contas, nós estávamos vendo o Chico, né?

Aí que descobri que ele escreveu uma música chamada Nina para o novo disco dele. Nossa, pirei. Nina, minha filha que está prestes a completar 1 aninho dia 23, ganhou uma música daquele belo par de olhos azuis, em parceria com João Bosco. Fiquei pensando o que será que ela vai achar da letra quando lê-la e puder entender...

Talvez para ela Chico será "apenas" um cantor que usava uma gola rolê e fazia as meninas suspirarem - do século p-a-s-s-a-d-o, é claro. E quando souber que mamãe e vovó bombaram no show: vai achar legal, suuuper legal ou... bobo? Não sei, só sei que por ironia do destino ou coincidência, a canção foi escrita em 2010, ano em que a minha Nina nasceu...  

Nina

Nina diz que tem a pele cor de neve
E dois olhos negros como o breu
Nina diz que, embora nova
Por amores já chorou
Que nem viúva
Mas acabou, esqueceu

Nina adora viajar, mas não se atreve
Num país distante como o meu
Nina diz que fez meu mapa
E no céu o meu destino rapta
O seu

Nina diz que se quiser eu posso ver na tela
A cidade, o bairro, a chaminé da casa dela
Posso imaginar por dentro a casa
A roupa que ela usa, as mechas, a tiara
Posso até adivinhar a cara que ela faz
Quando me escreve

Nina anseia por me conhecer em breve
Me levar para a noite de Moscou
Sempre que esta valsa toca
Fecho os olhos, bebo alguma vodca
E vou



Abaixo, tem Chico e João Bosco conversando em um dos vídeos do projeto Chico Bastidores, parte do lançamento do CD Chico e, na segunda parte, ele canta a linda Nina. Pra morrer de emoção! <3 


Watch live streaming video from chicobastidores at livestream.com

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