5 de nov. de 2012

Coleção TABA e minha memória auditiva

Sabe aquela história que é de pequeno que se estimula uma criança a ler? Pois bem, o mesmo vale para a música... apresentar melodias e letras de qualidade só vão acrescentar na formação dos pequenos. E isso, independentemente do estilo musical que os pais preferem - sempre dá para oferecer música boa no lugar dos tchatchutchá. Quando eu era pequena, me lembro de ouvir, Gil, Nara Leão, Chico e Caetano, tudo pra criança. Era a belíssima coleção TABA, que eu ouvia na minha vitrolinha... uma introdução musical e poética de primeiro time. 

Pois qual não foi minha alegria ao receber da amiga Cássia, mãe do Inácio, um link delicioso, com a coleção completa (eu nem sabia que era tão grande!) em áudio, disponível ali, a um clique. Bastou ouvir as gaivotas de "Marinho, o Marinheiro", que meu coração se encheu de uma sensação tão... infantil! Sim, minha memória auditiva me transportou para as tardes que passava deitada na sala, ouvindo e lendo... que coisa boa! Saudade de não fazer nada ser criança! ;) 

Se você tem mais de 30 anos, com certeza já deve ter visto/lido/ouvido essas histórias. Se não, é uma ótima oportunidade de conhecê-las. E claro, apresentá-las para os pequenos, como eu vou fazer com a Nina. Colocar pra ouvir e deixar a mente voar... Para ouvir todas as histórias, clique aqui

E eu estava aqui pensando, aqui em casa também temos CDs do Arca de Noé e Balão Mágico, por exemplo... que outras lembranças da infância - músicas, brinquedos e brincadeiras - a gente pode apresentar para os pequenos? 

Coleção TABA, um delicioso retorno a minha infância! 

1 de nov. de 2012

Um que passa pro outro - ou o compartilhamento de brinquedos e roupas

Outro dia a Nina chorou numa loja porque queria muito ficar no carrinho que viu. A gente não ia comprar - e nem vai (to querendo fazer é uma limpeza em casa, isso sim!) - mas lembrou que o primo Mattheus, também conhecido como Pitico, tinha um que já não usava mais. Conclusão: pedimos emprestado, o pai foi buscar e ela ficou feliz da vida!

Aí que eu estava aqui de bobeira divagando e lembrei que, hoje em dia, não é preciso comprar todos os brinquedos que as crianças veem pela frente (nem daria, né?). Além de continuar esse processo de "um que passa pro outro", dá também para alugar. Eu conheço dois lugares que oferecem esse tipo de serviço, a Joanninha e o Clube do Brinquedo. Confesso que nunca usei, mas sou bastante simpática à ideia. [update: tem também a Casinha de Brinquedo].

Fora o brinquedo, somos adeptos do "um que passa pro outro" também em outros itens. A prima Bibi, por exemplo, é nossa 'fornecedora oficial' de roupas mais velhas. Se você perguntar pra Nina "quem te deu essa blusa?", mesmo que seja nova, ela vai dizer "a Bibi". E eu, claro, também já passei muita coisa da Nina pra frente, pra não parar esse ciclo tão bacana.

E vocês, costumam compartilhar o que não serve mais pros seus filhos? Ou só gostam de coisas novinhas em folha? 

Ps. O carrinho está 'emprestado' pra Nina. Depois ela vai devolver pro Pitico, que vai emprestar pra prima Isabela, que também vai ganhar outras coisas da Nina... 

Nina e seu carrinho azul, emprestado do Pitico...
Ao fundo, no sofá, a Zazá 'emprestada' da Bibi

24 de out. de 2012

A terceirização dos filhos

Eu já tinha ouvido falar do livro A Criança Terceirizada (ainda não li) e lido uma entrevista com o Dr. José Martins Filho, autor do livro. Aí hoje assisti à entrevista realizada pela Webfilhos e me identifiquei demais... #soumãeapegada. 

(imagem da stock.exchng)
No começo da semana a Cris Guimarães, do blog Eu, eu mesma e a outra, levantou o assunto "terceirizar" com um post no grupo Mulher e Mãe sobre o texto Para dedicar tempo aos filhos, é preciso deixar outras coisas de lado, uma entrevista da Isabel Clemente (sempre certeira, como já tinha postado aqui!) com o sociólogo, jornalista e especialista em vínculos humanos Sérgio Sinay. Basicamente, a história é a seguinte: ter filho (e cuidar dele) demanda tempo, paciência, dedicação, comprometimento e responsabilidade.

Ninguém é obrigado a ter filhos. Mas se opta por ter, que entenda o quanto a figura de pai e mãe é importante. Carinho, amor, exemplo, afeto, educação de "berço", valores... tudo isso não tem babá, escola bilingue ou aplicativo de iPad que possa suprir. Não, não acho que devemos ficar colados nos filhos - seria uma contradição, até porque gosto, sim, de ter "meu espaço" no dia - mas pais e mães têm que estar disponíveis dispostos. Pra mim, bebê precisa do cheiro dos pais, criança precisa de colo, adolescente precisa de apoio. Ninguém tá falando que a maternidade é maravilhosa o tempo todo - porque não é. Longe disso, aliás. Mas ela também não é necessária para quem não está a fim.

E pra fechar, a frase polêmica de Zygmunt Bauman em Amor Líquido: "Esta é uma época em que um filho é, acima de tudo, um objeto de consumo emocional".

Estou exagerando? 

18 de out. de 2012

É da Nossa Conta! Trabalho Infantil e Adolescente

“Porque no meu tempo, pra eu chegar na escola, tinha que andar uma hora a pé”... “Porque no meu tempo, o vô Angelim não ligava pro meu estudo, e não quis que eu prestasse o exame de admissão”... era assim que meu pai contava o que havia passado na infância, justamente para nos incentivar a estudar quando estávamos no colégio. Meu avô, uma pessoa muito simples, não enxergava os benefícios que os estudos trariam ao meu pai, que abandonou os bancos escolares aos 10 anos para começar a trabalhar. Naquela época, década de 50, havia um exame depois da 4a. série do primário, praticamente um ‘vestibular’ – o tal exame de admissão. Só passava quem se dedicasse muito aos livros, por isso era comum que as crianças parassem de estudar e fossem para o mercado de trabalho. Meu pai foi uma delas.

Os tempos mudaram e... infelizmente, ainda tem muita criança que deixa a escola para trabalhar. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), “4,3 milhões de crianças e adolescentes de cinco a 17 anos trabalham em média 26,3 horas semanais no país (...) 638.412 crianças e adolescentes de cinco a 14 anos executam atividades econômicas ou serviços domésticos. Desse total, 41.763 crianças e adolescentes só trabalham e não estudam”. Os números fazem parte do relatório Todas as crianças na escola em 2015 – iniciativa global pelascrianças fora da escola, e a análise foi baseada nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/2009). 

Para mudar esse cenário, a Fundação Telefonica, o UNICEF e a OIT (Organização Internacional do Trabalho) lançaram a campanha colaborativa É da Nossa Conta! Trabalho Infantil e Adolescente. A ideia é usar da força das redes sociais para acabar com a cultura de que “é normal” criança trabalhar – não, definitivamente, não é! E só é possível mudar o aspecto cultural se houver o envolvimento da sociedade, daí a importância do ‘engajamento virtual’, que promove o diálogo e o compartilhamento de informação. Aliás, esse foi o mote central da fala de todos os que participaram do lançamento da campanha em São Paulo, uma das setes cidades brasileiras a receber o evento presencial (a lista tem Salvador, Teresina, Belém, Curitiba, Brasília e Fortaleza). 


As ONGs Cidade Escola Aprendiz, Viração e a Repórter Brasil participam ativamente da campanha “viralizando” o conteúdo nas redes sociais. No site da Rede Promenino, tem muita informação importante, além de vídeos gravados especialmente para o É da Nossa Conta. Eu estou contribuindo com este post, na blogagem coletiva proposta pela Agência Otagai e VOCÊ, ao compartilhar este texto com outras pessoas, também ajudará ativamente esta causa.

Sejamos francos: se colocamos nos trending topics a morte de um personagem de novela, #oioioi por que não chamamos a atenção da sociedade para #semtrabalhoinfantil, não é mesmo? Abaixo, alguns dos vídeos da campanha - para assistir todos, clique aqui. Amei o Wellington dizendo: "Quando a gente quer, a gente faz". É isso! É da Nossa Conta!




28 de set. de 2012

Coleção Itaú de Livros Infantis 2012

Quem segue este blog sabe o quanto considero importante o incentivo à leitura desde a primeira infância. Acredito piamente que o livro abre horizontes, amplia caminhos e expande o olhar sobre o mundo. Em casa, estimulamos demais a prática com a Nina, que desde bem pequena está em contato com livros (pirei quando ela participou do #quelivro do Educar para Crescer!)

Adoramos passear em livrarias, principalmente as que dedicam um espaço especial para os pequenos leitores (nós gostamos muito da Livraria da Vila e a Cultura). Compramos e ganhamos muitos exemplares (amigos queridos, obrigada de coração pelos exemplares do último aniversário!), e para que se sinta ainda mais ambientada, Nina ganhou uma prateleira só dela na estante da sala. Ela pega, lê, rabisca, e aprendeu a guardar de volta (mamãe ensinou, porque odeia bagunça quer que a filha seja dona de si).  

Por isso ajudo a divulgar com gosto ações como a que o Itaú Criança, da Fundação Social do Itaú, faz desde 2010: a Coleção de Livros oferece 3 exemplares que são entregues de graça na sua casa. A edição 2012 está aberta e este ano os livros são O Ratinho, o Morango Vermelho Maduro e o Grande Urso Esfomeado, Poesia na Varanda e Lino. Mas corre, porque a promoção é limitada! Clique aqui e participe! 

E bem que outras instituições financeiras, que lucram taaanto, poderiam seguir o exemplo, né? #queromaislivrodegraça

Livros: sempre ótimos amigos para as crianças

25 de set. de 2012

Mãe de família comete crime e vai presa só pra ter tempo pra ficar sozinha?

Com a maternidade a vida fica mais corrida e deixamos de lado muitas coisas que fazíamos na fase "sem filhos". Não coloco em mérito se é melhor ou pior, cada uma sabe de si... mas é fato que surgem novas prioridades, e conseguir ver um filme inteiro de uma vez só ou se dedicar a leitura sem ter alguém subindo no seu colo são atividades que ganham nova, digamos, logística.

Foi então que o site Sensacionalista teve a brilhante (ao meu ver) ideia da matéria Mãe de família comete crime só para ser presa e passar um tempo sozinha... antes que alguma mãe amarga comece a atirar pedras, vale lembrar que é um site de humor (do dicionário, humor é a "capacidade de compreender, apreciar ou expressar coisas cômicas, engraçadas ou divertidas", ok?). 

Abre parênteses: queria ser uma mosca pra ver como são as reuniões de pauta do Jornal Sensacionalista. Fecha parênteses. 


Piadas à parte, a pergunta é: se você ganhasse o direito de ter mais tempo para você, o que faria? 

13 de set. de 2012

Cocô no penico - o pontapé inicial do desfralde da Nina

O tema desfralde está na pauta de casa. Tenho lido sobre e acompanhado outras mães que estão vivenciando esse momento, me preparando para quando chegar a vez da Nina, que sempre me seguiu no banheiro (privacidade pra que, né?). Então percebi que, de umas semanas pra cá, ela ficava muito atenta quando eu estava no vaso sanitário (por favor, não imaginem a cena, não quero causar constrangimento em ninguém), pedindo para pegar o papel higiênico pra mim, abrindo a tampa do lixo... 

Foi então que resolvi colocar o penico que comprei pra ela, na viagem que fizemos para a casa da vó Sara, no banheiro. Abre parênteses: estava na Baby r us da Times Square quando enlouqueci por um penico das princesas, todo rosa, com uma descarga que toca música. Fecha parênteses e toma remédio anti-surto. Desde então, toda vez que vou fazer minhas necessidades, ela senta no penico e me imita, mesmo estando de roupa. Inclusive usa papel para 'se limpar' e joga no lixo. Eu, para incentivar, digo que ela fez tudo muito certo, que é isso aí, batemos palmas, cantamos, fazemos festa no apê banheiro. Aí aprimorei a tática de guerra: comecei a colocá-la sentada sem fralda, pouco antes do banho matutino. Ela ficava ali toda sorridente, praticamente uma bonequinha de "Amar é?", só me observando... 

Hoje pela manhã falei "Filha, silêncio... ouve só o xixi da mamãe", enquanto meu sistema urinário entrava em ação. Ela ficou quietinha, olhos tão atentos quanto os ouvidos... e de repente, falou "Nina!", apontando para o próprio assento. Eu (dei descarga e lavei as mãos antes, sou mãe limpinha) corri pra ver e qual não foi minha alegria quando vi um belo montinho marrom dentro do penico! (duvido que quem tenha filhos vai sentir nojo). A partir daí, foram beijos, abraços e sorrisos! Corremos para chamar o papai, que estava dormindo-acordando: pulou da cama, bateu palmas, enfim, nos despedimos daquele cocô com muita alegria!

Claro que foi um momento mágico e importante, mas apenas o primeiro passo na luta no processo do desfralde. Agora temos um longo caminho a percorrer, com paciência, carinho e cuidado... Sobre o assunto, tem muita coisa legal na net, e eu indico o "Pequeno" guia do desfralde, da mãe e blogueira Luciana Azevedo, além dos vídeos do Mamatraca. Vale também trocar experiências com outras mães nas redes socias e conversar com o pediatra. Para a parte prática, há livros infantis que também colaboram, como O que tem dentro da sua fralda?, Coco no trono e o Hora do Penico (versão menina e menino).  

Mas, acima de tudo, é importante olhar pro (a) filho (a) com os olhos do coração e perceber se ele (a) está mesmo pronto (a) para deixar a fralda de lado. O sucesso (ou fracasso) depende exclusivamente do respeito ao tempo da própria criança - só ela sabe e sente quando está pronta, segura e feliz para tomar as rédeas do seu próprio corpo e decidir onde quer fazer seus cocôs e xixis.

[Filha, se você já tem 15 anos e esta página ainda está disponível no mundo cibernético do seu tempo, perdoe a mamãe... mas você ficou tão feliz em fazer cocô no penico!]

E com você, como foi a hora do desfralde? Fácil ou difícil? Tem algum "truque" pra ensinar? Conte nos comentários! (Quem quiser, por favor, deixe dicas de outros links e livros sobre o assunto - toda ajuda é bem-vinda!)

8 de set. de 2012

Laços de família (ou "post para Bibi")

Minha família é relativamente pequena: meu pai só teve um irmão, que já é falecido e não teve filhos. Minha mãe tem duas irmãs: a Márcia e a Ligia. A Li não teve filhos (embora tenha adotado os sobrinhos e sobrinhos-neto), portanto, de primeiro grau, tenho apenas 3 primos, filhos da Má (e do tio Lu): Filipe, Paula e Flávio. Resumindo esse nariz de cera genealógico, eu tenho apenas uma prima de primeiro grau, a Paula. 

Quando a gente era pequena e uma ia dormir na casa da outra, não eram raras as vezes que levávamos bronca porque não conseguíamos ficar quietas. Eu me lembro de sentar à mesa para jantar e minha mãe brigar com as duas, pois não parávamos de rir. Pior: quanto mais a gente ria, mais bronca levava, e mais vontade de rir tinha! Pura bobeira (gostosa). A vida, por motivos próprios, nos afastou, já que cada uma seguiu seu caminho: a Paula fez pedagogia e hoje é professora em Campinas, eu fui fazer jornalismo e acabei indo morar em São Paulo. Mas os laços, aqueles que são amarrados com fitas de carinho, ficaram. 

Já adultas, vimos uma reaproximação legítima em função de coisas em comum - Paula casou-se com o querido Oswaldo, um equatoriano desbravador que se fixou aqui no Brasil por amor, eu "casei" com o André, que embora tenha nascido em SP, traz no sangue a origem chilena. O ponto em comum mais divertido são nossas filhas*. Gabriela e Nina se identificaram desde o primeiro encontro, sempre em momentos de bagunça, alegria e cumplicidade.  É um barato ver as duas juntas, que 'se e nos' divertem, com doçura que só mesmo crianças são capazes. 

Como a Bibi é mais velha (a diferença de idade é de 3 anos), Nina segue a brincar numa espécie de "siga a mestre ensandecida", com direito a muita "arte", como diz a Bisa Íris - que, por sinal, se delicia com a presença das bisnetas, mesmo quando as duas estão embaixo da mesa de jantar. Outra vantagem de ter prima mais velha é que recebemos sacolas e sacolas de roupas que já não servem mais, ô coisa boa!!! Bibi vive recheando o guarda-roupa da Nina, obrigada sempre!!! 

E assim a vida, aquela mesma que por algum motivo me 'afastou' da Paula, segue. E os laços de família (aê, Manuel Carlos, abração pra vc!) continuam ali, atados, firmes e fortes.

E com vocês, o nascimento dos filhos reaproximou pessoas? Mudou algo na sua família? 

Brincadeira pouca é bobagem, gente. Com vocês, Bibi e Nina: 













E quem deu essa sandália pra Nina???


*Depois da Gabi, Paula deu à luz Léo, que por enquanto apenas observa atento as travessuras das meninas. Por enquanto... 




5 de set. de 2012

Mães, internet e a primeira entrevista da Nina!

O blog da Nina começou com a ideia de compartilhar com nossas famílias, que moram em outras cidades, o dia a dia com a pequena. Um diário (não necessariamente com postagens diárias, porque, né, mãe de primeira viagem não tem tempo nem de respirar! rs) contando o desenvolvimento, a evolução, enfim, o crescimento da nossa filha. 

Com as conexões com mães do mundo cibernético, o blog foi, aos poucos, ganhando outras temáticas, sempre dentro do universo (tão rico e vasto) infantil. Hoje eu sempre falo que é um misto de registro da Nina e da mãe da Nina, porque um dia, se quando ela ler meus posts, vai se conhecer como filha e me conhecer (mais) como mãe. 

Foi um pouco isso que falamos na matéria do programa Hoje em Dia, da TV Record: "Mães usam a internet para mostrar "aventuras" e fotos de seus bebês". Adorei participar, porque a Nina se comportou muito bem durante a gravação (o pai fez media training com ela no dia anterior hehehe) e também por mostrar como a tecnologia pode sim, aproximar - conversarmos com a Sara, minha sogra querida, que mora tão longe (de distância) e tão perto do coração. 

Ninoca nem estranhou as câmeras! :))

Vale lembrar que, como a gente nunca sabe quem está do outro lado da linha da tela, é preciso ter cuidado ao postar fotos e vídeos de crianças. Cabe aos adultos o bom senso de não expor de forma inadequada e - até perigosa - seus filhos (apesar de que tem mãe que faz isso em programa de TV). 

E você, também tem blog pra mostrar para o familiares? O que acha do uso da tecnologia como registro do crescimento dos pequenos?

 

Obs: a Carla Martins, mãe do Arthur, é uma querida!!! :))
Obs 2: a repórter, Caroline Keller, está grávida!!! Bem-vinda ao time, Carol!!! Que amor <3

3 de set. de 2012

Mãe que estimula filha de 4 anos a fumar em concurso de "miss" é mãe?

Olha, a gente vê de tudo nesse mundo, e até se acostuma com coisas que são surreais - gente morando embaixo de ponte, animais maltratados pelas ruas, idosos em situação pra lá de abandono... mas vi hoje uma matéria no site Vírgula que realmente me chocou: "Durante concurso de miss infantil na TV, menina de 4 anos aparece fumando". Parem o mundo que eu quero descer. 

Primeiro que já acho concurso de beleza entre crianças pequenas pra lá de deprimente. É uma pena mães  (loucas) exporem os filhos em seletivas pra lá de bizarras em busca de um título tão... vazio. Miss mundo serve pra que mesmo - além da ostentação do título? Aí depois a pessoa cresce obcecada pelo corpo, pela beleza e pela "fama", e faz o que se vira um adulto "comum"?

Não contente em colocar a filha no concurso da TV britânica, a mãe a estimula a fumar "igual a Sandy, famosa personagem vivido por Olivia Newton-John no filme Grease". Alô, conselho tutelar britânico, ajude a manter a sanidade mental da pequena Lisa!

Ou será que isso é "normal" e eu que tô exagerando?

"o conjunto da obra" (roupa, cabelo, unhas e cigarro) é no mínimo, bizarro

31 de ago. de 2012

Reciclagem - lixo, arte e cidadania


Outro dia me encantei com um garotinho de uns 5 anos no Sesc Pompeia, que segurava uma lata de refrigerante na mão e perguntava pra balconista “onde posso descartar o alumínio”? Fiquei pensando nas grandes mudanças que as crianças de hoje podem promover no mundo - e na forma de usá-lo – por terem contato, desde cedo, com conceitos e iniciativas de reciclagem e sustentabilidade.

Aí que esta semana conheci outro trabalho encantador que também envolve reciclagem: produtos à base de TERA®. Exclusividade da empresa Confetti, as chapas de TERA® são feitas de material 100% reciclado pós-consumo, proveniente da reciclagem de embalagens Tetra Pak®. Além da empresa desenvolver a tecnologia para a criação das chapas, o produto final da linha Eco ainda recebe os traços charmosos da arquiteta Silvia Slinger Rettmann - são produtos de escritório e papelaria super fofos, daqueles que a gente quer todos! 

Como mãe de uma bebê (eu sei... que logo, logo, vai pedir o caderno da princesa! rs) acho importante oferecer opções 'diferentes' de consumo, como produtos reciclados que contribuem com ações de sustentabilidade. Olhando para um caderninho tão charmoso a gente nem lembra que ele “já foi” uma caixa de leite (uma não! cada capa retira do meio ambiente 6 caixas de leite!).

Todo o processo só é possível porque nós, usuários, separamos as caixa usadas em casa - nosso lixo é a matéria-prima. Parte das caixas são entregues por cooperativas de catadores, o que favorece uma economia solidária. Fora os cadernos convencionais, a empresa também tem sacolas retornáveis, cadernos de música e jogo americano, tudo de muito bom gosto, qualidade e produzido com o material reciclado: 

Cadernos, bolsas e jogo americano que já foram caixas de leite, suco... #confetti

E o assunto reciclagem ganhou mesmo a semana aqui em casa. Depois da Confetti, tive contato com um projeto de reuso de outro tipo de lixo: o eletrônico.  Fui a um evento de trabalho e conheci a turma do Cedir (Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática), da USP.

Quando participei do programa Almanaque Educação, da TV Cultura, gravamos uma matéria sobre a reprocessamento de lixo eletrônico em numa empresa de Suzano (Grande São Paulo) que transformava celulares, computadores e pilhas em matéria-prima (tintas e corantes). No Cedir, o material descartado é recondicionado e emprestado para entidades carentes, num projeto de inclusão social digital - é emprestado porque quando o material não serve mais, o próprio Cedir os substituem, para evitar que as entidades façam o descarte no lixo comum.

Se você tem em casa aparelhos eletrônicos e não sabe o que fazer com eles, o Cedir aceita o descarte (só de pessoas físicas!). Basta agendar a entrega pelos telefones 3091-6454, 3091-6455 ou 3091-6456 ou via e-mail: consulta@usp.br. O horário de atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h00 às 18h00.

E você, o que faz em casa para promover e estimular a reciclagem e a sustentabilidade em casa?

Conheci os produtos a base de TERA® durante visita ao estande da Confeti na Office Paper  Escolar, a convite da empresa (obrigada Helena, fiquei encantada com o material!).

23 de ago. de 2012

2 anos de Nina!


O Gon Navarrete, um amigo querido, sempre brinca que o casal só volta a ter um pouco de dignidade quando o filho chega aos 2 anos “antes disso é só demanda, trampo...”. Confesso que achava isso um grande exagero – até virar mãe.  

Claro: ter um bebezinho nos braços é uma das sensações mais incríveis do mundo – se não, a mais! Por outro lado, no começo, a gente fica à mercê de cuidar daquela belezura o tempo todo. É um ciclo que não dá trégua: alimentar, trocar, amar, alimentar, fazer dormir, amar, alimentar, limpar, amar... no meio disso tudo, tem ainda todos os medos e inseguranças de pais de primeira viagem e as adaptações – a gente deixa de ser um casal pra “virar uma família de verdade”!

Mas, como o tempo é “um senhor tão bonito”, a vida caminha a passos largos. E hoje, no dia em que a Nina completa 2 aninhos, minha vida já tem muito mais que “dignidade”: tem amor intenso e verdadeiro, tem alegria que transborda nos olhos de ver a pequena tão graciosa e esperta, e tem também a certeza de que nunca há certeza na maternidade, mas que sou responsável pelas minhas escolhas.

Filha querida, obrigada por, ao longo desses 2 anos, nos ensinar tanto... realmente, com você, meus olhos enxergam o mundo com amor infinito!  

Oração do Tempo (tempo, tempo, tempo) 

És um senhor tão bonito 
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo 
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo
Compositor de destinos 
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo 
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo
Por seres tão inventivo 
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo 
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo
Que sejas ainda mais vivo 
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que eu te digo
Tempo tempo tempo tempo
Peço-te o prazer legítimo 
E o movimento preciso 
Tempo tempo tempo tempo 
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definitivo
Tempo tempo tempo tempo 
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo
O que usaremos pra isso 
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo
E quando eu tiver saído 
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo 
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo
Ainda assim acredito 
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo 
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo
Portanto peço-te aquilo 
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo 
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo

8 de ago. de 2012

O pai que ele é (blogagem coletiva*)

Uma das lembranças mais fortes (e carinhosas) que eu tenho do meu vô materno Wilson é o jeito que ele “pedia” o almoço. Ele sentava na mesa (que muitas vezes já tinha seu prato prontinho, feito pela minha vó) e dizia “Ô Íris”, batendo o dedo indicador no copo. Era a senha pra minha vó servir o suco...

Fora de contexto a cena é absolutamente machista, mas como eu a via “de dentro”, sei que era apenas uma forma de viver de um casal que se apaixonou na primeira metade do século XX, quando as coisas, na grande maioria das casas, eram assim mesmo – o papel da mulher era servir ao marido e filhos, enquanto o do homem, ser o provedor (que, ao meu ver, não significava falta de amor e carinho, apenas uma maneira contida de expressá-los).

O que me espanta de verdade é que, pra muita gente, esse modus operandi familiar ainda seja válido e normal. Graças aos céus aqui em casa a coisa é BEEEEM diferente. O pai aqui é PAIticipativo. Sempre compartilhou comigo essa louca maravilhosa aventura de criar a Nina. E isso inclui passar noite em claro, trocar fralda, dar banho, sair pra passear, dar comida, botar pra dormir... enfim, viver de perto a paternidade.

Ainda sob parâmetros da relação “antiga” que meus avós viveram, cresci ouvindo que meu vô “botava ordem” na casa apenas com o olhar (baiano, veio pra São Paulo jovenzinho e aprendeu sozinho a ser virar. No quartel conheceu os irmãos da minha vó, para então se apaixonar pela caçula da família...). Minha mãe e tias não podiam contenstar ordens e a relação era bem verticalizada.

Em mais um quesito, percebo que as coisas mudaram: em casa, desde sempre, o pai conversa com a filha (papos hilários, algumas vezes, é bem verdade). Tem hora que eu, como boa mãe carrasca, até digo “isso não é pra negociar, ela tem que fazer e ponto”, de tanto que o diálogo se prolonga. Assim como é o André, percebo outros pais na mesma vertente. Gente que entende que educar é participar - dar amor, carinho, colo. E pra fazer parte, tem que estar ali. 

Perceba que em nenhum momento coloco a postura do André como uma ajuda - porque se eu pensasse que ele me "ajuda" com a pequena, estaria partindo do princípio que a função de educá-la é só minha e ele dá uma mãozinha. Vejo que encarar as coisas claras assim é um grande passo para mulheres - que não conseguem delegar e se sentem sobrecarregadas - aprenderem a exercitar o "fazer do outro" tipo eu. Vale lembrar que isso também envolve aceitar como o outro faz as coisas (lema de vida: desapega! - e deixa o pai fazer a chiquinha mais torta do mundo na cabeça da menina!).

E, no fundo, quem sai ganhando por participar ativamente da vida da filha – além da Nina, é óbvio – é o próprio pai. Porque é pra ele que vão os beijos apaixonados no reencontro do fim do dia, ou os abraços calorosos de saudades. Inclusive, a primeira palavra que a Nina falou foi papai, mas não espalha...  

pai e filha: paixão mútua 
E na sua casa, como é a relação dos pais e filhos?

*Este post faz parte da Blogagem Coletiva proposta pela Rede Mulher e Mãe para o Dia dos Pais 2012. Clique aqui e leia outras histórias participantes! 

30 de jul. de 2012

Fraldários x estabelecimentos - a lista negra

Tem gente que quando recebe uma crítica vê como pode melhorar a partir dela. E eu estou começando a achar que só assim mesmo, botando a boca no mundo, pra gente ter o mínimo de dignidade no quesito fraldário. Porque ó, vou te contar. Ter que trocar a filha fazendo malabarismo acaba com as minhas costas é um absurdo, quando estamos num estabelecimento. #chatiada

No começo do ano eu relatei aqui como o fraldário de um shopping aqui de São Paulo salvou minha vida quando Nina teve diarreia. No texto, comentei da minha indignação com locais que ainda têm a pachorra de associar fraldários a banheiros femininos - hello!!! pais também trocam fraldas!!! não é "função" da mulher... (por isso escolhi essa imagem pro post de hoje, que vi aqui neste blog). Nos comentários, várias pessoas deram dicas de locais legais que oferecerem uma infraestrutura boa... 

Leroy Merlin arrasando com fraldário no banheiro masculino
Agora quero propor algo mais maligno hehehe direto: vamos listar locais que NÃO OFERECEM o mínimo de estrutura pra trocar nossos rebentos? (sem fraldários, com opções de péssima qualidade ou só em banheiros femininos). Sinceramente, a intenção não é malhar nenhum local, mas apenas chamar a atenção para que ele se prepare pra receber mães, pais e filhos - e ninguém melhor que nós, que vivenciamos o "problema", pra dar aquela dica, né? 

Eu começo com a Dona Deôla, da Av. Pompeia. A padaria da zona oeste está sem fraldário - eles fizeram uma mega reforma e simplesmente não construíram um espaço (tive que trocar a filha no carro, imaginem que coisa fácil-prática). Segundo o gerente, eles "vão se adequar às normas colocando um fraldário no banheiro de deficientes, mas que ainda não foi criado". Pra mim, a resposta não se justifica: há inúmeros modelos de trocadores portáteis que resolveriam, ainda que paliativamente, o problema da troca de fraldas. Mas o que foi dito é que "será construído" - enquanto isso, cadeirantes e portadores de necessidades especiais, também evitem o local...). 

E aí, quem tem outros nomes pra aumentar essa lista?

26 de jul. de 2012

Dia dos avós

Nina tem as duas avós maternas, o vovô materno e uma bisa! Olha que sorte! Os quatro não estão perto fisicamente o tempo todo, pois moram em outras cidades - mas sempre deixam um pedacinho do coração com a pequena. Ter avô e avó que amam seus netos é uma alegria que pude vivenciar e que me traz fantásticas recordações. É o que dizem: avô e avó é ser pai e mãe em dobro... 

Neste dia 26 de julho, mesmo de longe, queremos dar 
muitos beijos e abraços em vocês, 
Carlos, Angélica, Sara e Íris! #amomuito



obs. pra quem quiser fazer download dessa imagem ou outras tão fofas quanto pro dia dos avós, basta clicar no link do estúdio cereja

24 de jul. de 2012

Você se deixa perceber?

Recebi o texto abaixo da amiga/querida Vivi Lolis e achei tão profundo... não quero condenar ninguém, cada mãe já carrega a culpa que merece escolhe, mas entendo a leitura desse texto como uma forma de refletir - pra mim, pelo menos, pensar sobre nossas atitudes é sempre elucidador: pra mantermos nossas posturas ou pra enxergarmos pontos que precisam de mudanças... 

O texto saiu na coluna Mulher 7x7 da Época Online, escrito pela Isabel Clemente, editora da revista ÉPOCA no Rio de Janeiro (o link do texto original é este aqui)Como eu falei pra Vi, fiquei feliz pois percebi que muitas das minhas escolhas me permitem fazer parte da vida da minha filha - não que eu não me sinta culpada, já aceitei que culpa e maternidade são sinônimos! Mas, ao menos, sinto que me deixo ver, sentir, estar... E você, se deixa perceber? 

Revelações de câmeras ocultas 
A mulher tinha 30 anos, um filho, um ótimo salário, um marido bacana, uma empregada de confiança, uma folguista maravilhosa, uma rotina enlouquecida e uma babá de quem desconfiava. Resolveu, por isso, instalar câmeras em casa. Descobriu assim que a verdadeira babá do filho de 2 anos era a televisão. Ligada o dia todo, a TV entretia o menino até a exaustão. Sentada diante do computador, e acelerando as cenas em alta resolução das câmeras escondidas na sala e no quarto da criança, a mulher se diluía em raiva e garotinho (sic). Assistir ao próprio filho alternando seu tédio entre o sofá, o chão e a parede, quando não estava em pé colado na tela, foi devastador. Abandonado na própria inocência, o menino quieto apenas sorria quando aparecia alguém. 
A babá flagrada pelas câmeras era uma presença esporádica, quase incidental, na rotina da criança, enquanto pai e mãe trabalhavam fora. E quando estava por perto, conversava no celular. As câmeras não tinham som, mas não parecia haver gritos, cenhos franzidos, nada disso. Ao prepará-lo para dormir, ela até parecia carinhosa, mas no restante do dia o ignorava. Mesmo assim, dividia com ele o quarto, em paz, enquanto a mãe ficou se perguntando se a moça atendia aos chamados noturnos, ou se também os ignorava. 
Chateada, a mãe demitiu a babá e resolveu botar o filho na creche, em tempo integral. Passada a difícil adaptação da escolinha, acostumou-se a buscar o filho pronto para dormir, na volta do trabalho. Parecia perfeito. Ele estava finalmente entretido por profissionais da educação, gente que jamais o abandonaria daquela forma. Manteve apenas a folguista dos fins de semana, moça de confiança, contratada desde o primeiro dia de vida do filho. Nessa, sim, ela confiava, até porque podia fiscalizar, sem aviso prévio, o expediente da moça, aos sábados, domingos e feriados. Aposentou as câmeras. 
(fonte da imagem: stock.xchng)
Não demorou muito, a dúvida voltou a incomodar. Mãe escaldada, achou melhor religar as câmeras e dar uma checada na folguista. Vai que…O trauma recente não a deixava em paz. Tinha pesadelos com o filho sendo engolido por uma televisão. O filho sozinho, chorando, querendo ajuda, sem ninguém atender. 
No primeiro fim de semana, não viu nada que chamasse sua atenção. A folguista brincava com a criança. Sentava no chão, montava cabanas e legos. No segundo fim de semana, tudo ok novamente. Respirou aliviada e sorriu ao ver o menino correndo de índio pela casa, sendo arrastado pela folguista em cima de um cobertor como se fosse charrete. Riu. Nunca tinha visto aquela brincadeira. Onde estava mesmo naquele sábado? 
No terceiro fim de semana de monitoramento, ficou enternecida ao ver o filho brincando no chão da sala de TV, enquanto a babá comia com um prato no colo e comentava algo que passava na televisão com ele. Onde eu estava, ela se perguntava, porque era domigno, e domingos são dias cheios, tomados por festas e passeios, aos quais sempre compareciam, a família, a folguista…Ficou um pouco enciumada ao perceber que o filho toda hora abraçava a folguista, beijava o braço, puxava pela mão, meio grudento demais. Ele não era assim. Ou era?
No quarto fim de semana, a ficha caiu. Sentada diante do monitor do computador à procura de imagens com provas contra a desatenção eventual da folguista, ela finalmente percebeu que havia algo muito errado na rotina do menino. Um vazio, uma solidão e um abandono não registrados em imagem alguma, mas na ausência de registros. A presença esporádica e quase incidental na vida do próprio filho era ela, a mãe, uma imagem que entrava e saía do alcance das câmeras em minutos fugazes durante todo o dia. Diante da descoberta, chorou um choro diferente, um choro sem consolo, que não se resolveria ao demitir alguém. 
Mas, logo lembrou, ela trabalhava demais, mal tinha tempo para si: horário a cumprir, clientes cobrando respostas, marido cansado. Os fins de semana acabavam tomados por compromissos, necessidades, compras. Mal relaxava. Ela se sentia culpada porque gostaria de ser mais presente. Gostaria? Mas não tinha como, ela fazia o possível. Fazia? Deixava ordens escritas, telefonava para casa, até filmar, filmou, e finalmente se enxergou. As câmeras se transformaram no espelho que ela não ousava encarar. 
Eu não sei o que essa mulher fez depois para se sentir melhor. Essa história me foi contada, sem nomes ou endereços, por uma terapeuta de casais para ilustrar um mal humano: a incapacidade de se perceber. 
A  vida de cada um é um universo muito particular, mas, quando os filhos chegam, é preciso reordenar as prioridades para não sermos presenças incidentais na vida deles.

23 de jul. de 2012

911 e uma chamada inusitada - ou como ensinar crianças a pedir socorro em caso de emergência

Que a criançada de "hoje em dia" é esperta, a gente já sabe. E que eles se viram como ninguém resolvendo seus "problemas", também constatamos no dia a dia. Mas esse garotinho de 4 anos surpreende: levou ao pé da letra a ideia de que pode contar com o 911 (o número de emergência americano, equivalente ao 190 da polícia aqui do Brasil) pra pedir uma ajudinha... (dica do André Vieceli)


Claro que o vídeo acima é mais fofo do que qualquer outra coisa, mas levanta uma questão muito importante: a necessidade de falamos com nossos filhos sobre casos de emergências. O que elas devem fazer? A quem procurar (ligue pro papai/vovó, chame o porteiro/zelador/vizinho...)? Ensinamos números de telefones e endereços? (E como ensinar a seriedade desse serviço, para também evitar futuros trotes?) 

O pai do garotinho de 3 anos do vídeo a seguir comentou da importância de falar sobre o assunto. Após sofrer um acidente em casa, contou com a ajuda do filho (que ligou pro 911) pra salvar a  própria vida:


No vídeo abaixo, a menina salvou a família de um assalto em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ela se trancou no quarto com o irmão enquanto bandidos abordavam o pai e a mãe na frente da casa, e correu pro telefone:



E pra fechar, um vídeo que nos fazem rir muito com a garotinha - claro, depois que o perigo passou: "So far so good"!



16 de jul. de 2012

Festa Disco Baby: fraldas dominando a pista

DJ vai alegrar tarde da criançada
Aí chegou um e-mail com o assunto: "Nininha vai bombar". Era do papi André Hernan, com o link do Estadão pra matéria sobre a festa  Disco Baby, organizada pela DJ e jornalista Claudia Assef, autora do livro "Todo DJ já sambou" e por Tathiana Mansini. A empreitada começa dia 11 de agosto e tem ninguém menos que o badalado DJ Marky no comando do som (depois serão Rica Amaral (25/08), DJ Patife (15/09) e DJ Mau Mau (29/09)). A ideia é que os pais (padrinhos, amigos e afins) possam levar seus filhos pra pixxxsta e também ficar ali pra curtir o som no Offset (Rua Ferreira De Araújo, 589 - Pinheiros - São Paulo - Tel: 11 3097-9396 - dos mesmos donos da Chácara Santa Cecília). 

O (ainda mais) bacana é que todo o ambiente será pensado para atender crianças de 0 a 10 anos - com som no volume adequado para os pequenos, estacionamento de carrinhos de bebê e fraldários, por exemplo, além de uma supervisão pediátrica (na
página do evento no Facebook tem todas as informações).

Sempre procuramos eventos pra levar a Nina nos fins de semana. Dia desses, depois do teatro do
 Peixonauta no SESC Pinheiros (amamos SESC!) onde cantei loucamente, ficamos para a jam da Cia. Meu Corpo Meu Brinquedo, uma delícia de atividade que mistura música, expressão corporal e dança - um momento mágico em que a garotada se diverte num único ritmo (pra quem está de férias em SP, fica a dica, as apresentações - gratuitas - vão até 28/07). Também já comentei dos CDs infantis que compramos e ganhamos pra Nina e no quarto, ela já aprendeu a ligar seu "aparelho de som". No carro, a Palavra Cantada rola solta. Tem um CD de coral dos funcionários da Unilever, com lindos arranjos, que a tia Lu deu e que é um hit só! Fora o kit de CDs que a prima Gabizinha deu - eu amo o da turma do Balão Mágico, hehehe. 

Pra mim música é poesia, é concentração, é leveza da alma - tô falando de música, não esses tchatchutchá da vida. Independentemente do estilo, música quando é boa, marca a vida da gente - quem nunca ouviu falar em memória musical? e assistiu qual é a música com Silvio SantosEu mesma lembro de ver minha mãe ouvindo Elis, Caetano, Chico, Sinatra - ok, minha vó ouvia muito Agepê mas não fiquei com sequelas. Agora tô muito a fim de ver a garotada se jogar ao som do DJ... E vocês, como estimulam a música na vida de seus filhos? 

Ninoca pipoca em seu momento "João Carlos Martins de fraldas" - 
vídeo gravado no carnaval, percebam a roupa de foliã:


11 de jul. de 2012

Pequenas Felicidades e o coração em paz

A conta do banco não é azul o mês todo (a poupança está minguada), o shape não é o dos sonhos pro verão, a casa tem hora que falta espaço suficiente, tem dia que compartilhar carro com o marido é um saco... mas o coração anda transbordando de paz e amor. É, ando bem apaixonada pelos pequenos momentos do dia a dia. Aí num texto da (boa aluna!!!) Rogéria Thompson sobre a Blogagem Coletiva Pequenas Felicidades da Botõezinhos vi que tinha tudo a ver... Poucas vezes senti tanta tranquilidade e certeza na vida. Sempre fui ansiosa e ainda sou e percebo que muito dessa ansiedade tinha a ver com coisas que, hoje, já não fazem o menor sentido. Tenho plena consciência de que a "chavinha" virou quando me tornei mãe. 



Pode estar acontecendo o que for e juro: um pequeno sorriso da Nina e parece que tudo ganha uma nova dimensão. Só que o melhor é eu ter consciência de que consigo ter consciência disso. Entende? A tranquilidade que tenho no peito é por me permitir ver, sentir e me nutrir desse sorrisinho (ou qualquer outra graciosidade). E isso já me é suficiente pra saber que as coisas vão bem, pra ter amor no coração, pra ter fé na vida (lembrei da Lelê Sordili e seu texto sobre o tempo que cura, postado hoje!...) 

E aí, essa tranquilidade encadeia outros momentos bons (tipo Lei de Murphy, só que ao contrário!). A vida  a dois tem mais sintonia, a vida a três se basta em alegria, a fé na vida do parágrafo anterior se renova, e assim vamos. Pra fechar esse post cheio de açúcar, escolhi uma animação que vi no grupo
Conselhos de Mãe e que me tocou profundamente (grávidas e meninas na tpm, sugiro pegarem caixa de lencinho antes de assistir!). 


 


E você, também tem seus momentos de "pequenas felicidades"? 

3 de jul. de 2012

LAURA GUTMAN NO BRASIL - EU VOU!

Pela primeira vez no Brasil, Laura Gutman estará em Florianópolis dia 01/09 e em São Paulo dia 02/09 para o seminário "O poder do discurso materno".

É autora de livros como "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra", "Crianza, violencias invisibles y adicciones" e "La revolución de las madres", que exploram o universo da maternidade, os vínculos familiares e as dinâmicas violentas aos quais os seres humanos estão submetidos.

Desde 1996, formou mais de 300 educadores, médicos e profissionais em geral, objetivando construir uma nova visão acerca do problema da violência social e oferecer ferramentas concretas para assumir, com maios consciência, o trabalho que compete a cada um de nós na criação de um mundo menos violento e mais humano.

O seminário terá duração de 4 horas e é dirigido a mães, pais, professores, educadores, psicólogos, psicopedagogos, assistentes sociais, profissionais da saúde, profissionais das ciências humanas e todos aqueles que desejam contribuir para um mundo mais amável.

Mais informações em www.lauragutmannobrasil.blogspot.com


2 de jul. de 2012

A árvore da Nina - a aroeira que o vovô plantou

Quando eu fazia faculdade na Unesp, em Bauru, meu pai sempre ligava pra saber como estava o clima na "cidade sem limites". Pela manhã, ouvia o rádio (as previsões de Narciso Vernizzi, o "homem do tempo" da Jovem Pan AM!) só pra saber se estava calor ou frio. Eu sabia que o gesto, quase banal, era o jeito dele saber se eu estava bem, se precisava de algo. Minha mãe sempre disse que ele nunca foi de pegar os filhos no colo, abraçar, beijar, essas coisas - os tempos eram outros, o pai era o "provedor". Mas sempre senti o seu amor por mim, principalmente em pequenos momentos que guardo no coração.

Uma vez, quando eu morava em Londres, mandei uns presentinhos de Natal e entre os itens tinha um "senhor dos ventos", desses pra pendurar e ouvir tocar quando bate o vento. Aí minha mãe me mandou uma CARTA (sim, carta escrita à mão!!!) e disse que, assim que recebeu o presente, meu pai foi logo colocando o "Senhor" na sacada, para ouvi-lo. E toda manhã, quando batia o vento e os sinos tocavam, ele dizia "a Carol está falante hoje, né?" (imagine quando li isso, em Londres, sozinha com a minha querida irmã Vania: lágrimas e lágrimas, néam?). 

Quando a Nina nasceu, lá foi meu pai surpreender de novo. Ele ganhou um pacote de sementes de aroeira num evento e, para marcar a chegada da pequena, plantou num vaso. Depois o vaso ficou pequeno e ele transferiu para uma praça, perto da casa onde mora. No fim de semana ele leva os cachorros para passear e sempre dá uma conferida. No último feriado, fomos ver a quantas anda a planta, e qual não foi nossa alegria ao perceber que ela já está maior que a própria Nina!

Revendo as imagens, me deu um certo clique. Eu sempre procuro criar a Nina com boa autoestima, pois acho isso fundamental para a vida de uma pessoa... e quer coisa melhor pra cuidar do nosso coração do que saber que somos amados e queridos? Muitas, mas muitas vezes, o dia a dia, a correria e o stress nos fazem esquecer desses "detalhes", mas no fundo, é isso que vale, mais do que qualquer brinquedo, escolas ou roupas "caras"...  Então ontem, antes de dormir, enquanto estava deitada com a pequena na cama, falei pra ela o quanto o domingo tinha sido gostoso, o quanto estava feliz de tê-la perto, com saúde, e o quanto ela era especial. Ali também senti saudades de ser filha, de dizer pros meus pais amados o quanto eles são importantes pra mim (acho que eles sabem, mas às vezes a vida nos afasta, né?).

E você, o que faz para mostrar seu amor pelos filhos/família? 


pra posteridade: a árvore, Nina e o vovô
vamos cuidar muito bem da plantinha!
q coisa fofa! 

28 de jun. de 2012

Nina Ensina na matéria da Crescer: como o blog (também) mudou a minha vida (de mãe)



Hoje tive o prazer de participar de uma matéria para o site da Crescer, uma revista que admiro e acompanho - gosto demais dos temas e da maneira que abordam a maternidade. "Ter um blog ameniza o estresse de mães de primeira viagem, diz estudo" fala de uma pesquisa da Penn State University, que saiu no site do Jornal da Saúde Materna e Infantil, do Reino Unido. 

O texto diz que o contato feito pela internet ajuda a reduzir a ansiedade e aumentar o bem-estar de mães de primeira viagem. Ou seja, blogs maternos servem de apoio entre mães - uma ideia em que super acredito, como saiu na própria matéria (em tempo, obrigada Camis, por um texto tão bacana e bem escrito):


Eu gosto de participar de grupos na internet com outras mães inclusive para saber o que eu quero e o que vou descartar para a minha maternidade... Pra mim, isso é fundamental para mães que se embrenham virtualmente - saber o que lhe cabe e o que não tem a ver com você (o assunto é polêmico, rende outro post... que estou elaborando na cabeça, em breve passo pro "papel").

Atualmente acompanho o Rede Mulher e Mãe (que tem o ótimo #amigacomenta!), o Materna Infância (fechado, do Yahoo) o Conselhos de Mãe (fechado, no Facebook) - e há pouco tempo entrei no Mães (e pais) com filhos (grupo aberto no Facebook, da Sam Shiraishi). Cada um tem um jeito diferente, e é justamente por isso que me encantam. Isso sem contar as páginas, twitter e sites do tema, é uma infinidade... (o Minha Mãe que Disse tem um blogroll gigantesco só de blogs maternos, vale a visita).

E você, também gosta da blogosfera materna? Participa de outros grupos?

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