27 de jan. de 2012

O Renascimento do Parto

Não vou aqui julgar mulheres quem escolhem por uma cesariana. Cada uma sabe dos seus medos, de seus anseios, do que quer da vida. O que me entristece é ver que muitas dessas mulheres não "optam" por cesariana, mas têm a opção feita por seus médicos. Aí sim, o bicho pega.

Muitos profissionais que não querem "perder tempo" com grávidas em longos trabalhos de parto indicam cirurgia para situações em que o parto normal seria mais do que adequado. Pior que isso: não trabalham o empoderamento feminino, mas sim as fragilizam - e dar à luz, para muita gente, deixou de ser um acontecimento único e especial  (na vida de mãe e filho) pra virar estatística. Já fomos campeões no futebol, no automobilismo, mas atualmente amargamos o infeliz record de país campeão mundial em número de cesáreas. Imagine quantas foram são desnecessárias?

Enfim, a história é longa, polêmica, cheia de exceções pros dois lados. E informação e  conhecimento são mesmo o mais importante: dá embasamento para uma escolha consciente. Por isso acho que o documentário O Renascimento do Parto (trecho abaixo), de Érica de Paula e Eduardo Chauvet, deve ser divulgado. Previsto para estrear em março deste ano, é um olhar  diferente do que temos visto sobre o parto... No mais, tire suas conclusões.


24 de jan. de 2012

Eu ainda prefiro a escola

Ontem comentei aqui sobre a dificuldade de deixar a Nina no berçário depois das férias. Muita gente me escreveu dando força, se identificando com a situação e dizendo que o comportamento é mais do que natural. Aí a Rosália, mãe da Manu e minha amiga de Unesp, me passou o vídeo (abaixo) com um depoimento da Rosely Sayão que achei super oportuno, do canal da Pampers Brasil no youtube (bem bacana, por sinal).

Não acredito que a gente tem que ser refém de especialistas (sempre vale a reflexão e adequação na nossa realidade diante de determinado assunto), mas o que Rosely diz, faz todo o sentido do mundo pra mim: criança tem que crescer com criança por perto, pra dialogar, pra interagir. Pena que hoje em dia a gente viva cada vez mais "ilhado" em apertamentos prédios, condomínios & afins...

Em tempo: Nina voltou super feliz ontem pra casa, nem parecia a menina que abriu o berreiro de manhã. Ah, e hoje foram apenas 20 minutinhos de dengo até ela se derreter com os coleguinhas!  


23 de jan. de 2012

O choro que machuca

Desde que voltei de licença-maternidade, a Nina frequenta o berçário. Não sou desalmada tinha ninguém de confiança que pudesse ficar com a minha filha em casa (minha mãe e sogra moram em outras cidades). Claro que eu poderia ter parado de trabalhar e ficado cuidando só dela, mas isso envolveria questões financeiras e, principalmente, da (minha) sanidade mental - colocando na balança, voltar a trabalhar era a melhor opção (adendo: não digo que não vale a pena ficar em casa só com o filho, admiro quem consegue. Mas não era uma situação pra mim). Também pensei em começar uma carreira home office, (#meta) mas sei que as coisas não acontecem de uma hora para outra...

Bom, para o ano de 2012 nossa ideia era a de ter alguém que ficasse com a Nina durante a manhã e a levasse para a escola (que é pertinho de casa) à tarde. Mas, cadê que a gente achou alguém bacana? É muito difícil encontrar alguém para ficar na sua casa com a sua filha. Sério, eu me vi num dilema (meu único consolo é de que não estou só nesta jornada: em dois grupos de mães que participo nas redes sociais, diria que babá e empregada estão no top do "Procon", com reclamações constantes!).

Como eu disse por aqui, a Nina ficou boa parte das férias em casa com o pai, e curtimos bastante os  momentos em família. Mas ontem o André voltou ao batente (sim, ontem! Domingo é dia de branco pra quem trabalha com esporte!) e hoje fui levá-la ao curso de férias da escola (até então ela ficaria em casa com a moça que não existe e minha mãe viria ajudar. Mas, cadê a moça?...).  Daí que a Nina estranhou muito, embora já conhecesse o local, as tias, os amigos... E, claro, começou a chorar e se agarrou em mim, tipo uma coala. Não soltava de jeito nenhum. Minha vontade era chorar junto sair dali com ela nos braços e voltar pra casa, ligar pro trabalho e dizer: "não volto mais, vou ficar só em casa com a minha filha". Pra sempre. 

Todo mundo da escola me acalmou, dizendo que é assim mesmo. Não que ela não goste da escola (eu sei que ela gosta, se diverte, e, em geral, chora é na hora de ir embora!), mas o fato de ter ficado bastante com a gente a fez estranhar o ambiente. E lá se foram mais de 40 minutos, pé no chão no tapete de EVA da criançada, até eu conseguir acalmá-la (e, pelo menos, soltá-la das minhas pernas), explicando que ela iria ficar ali pra brincar, que eu ia morrer de saudades e que no fim do dia estaríamos juntas novamente. 

Sinceramente, não sei se tem a ver só com o fato dela ser pequena (hoje ela completa 1 ano e 5 meses), porque me lembro nitidamente da cena de crianças chorando na minha sala de 1o. infantil (eu tinha 3 anos, e juro que me lembro!). Uma amiga do trabalho, a Fernanda, disse que também se lembra do primeiro dia de aula, com 4 anos, e de como chorou quando a mãe a deixou. Então penso que não é só a questão da permanência, tão forte nos bebês.

Continuo acreditando que o melhor que posso fazer para minha filha e família é não parar de trabalhar. Cada um sabe o que é melhor pra si e o que funciona na sua casa. Mas quando ela crescer, vou dizer pra ela que nesta segunda-feira aquele choro doeu muito em mim. Machucou mesmo. As lágrimas daquela bebê, sempre tão sorridente, fizeram com que me questionasse se ela vai ficar mesmo bem ou se estou sendo uma boa mãe... E será mesmo que alguém tem essas respostas?

Exaustos das férias... <3

19 de jan. de 2012

Crianças negras são más?

Se você tem algum contato com crianças, repense seus atos. Sim, repense o que você diz, suas ações, seu modo de ver o mundo. Crianças nascem sem senso de julgamento e vão adquirindo esses contornos sociais ao longo da vida, influenciadas pelo meio e pelas pessoas com quem convivem. Não, não é só isso que forma o caráter de alguém, mas digamos que o que elas veem nos espelhos que têm (pais, mães, família em geral, professor, escola...) exercem papel fundamental na formação delas.

Daí que é c-h-o-c-a-n-t-e ver a reação dessas crianças mexicanas diante de dois bonecos, que representam dois bebês (um branco e outro negro). Veja o vídeo* e pense o quanto você e suas ações influenciam seus filhos e outras crianças. Já disse por aqui que somos puro exemplo para eles, desde as coisas mais simples, como hábitos alimentares... 


A pesquisa foi realizada no México e, segundo está escrito na página do vídeo no Youtube, os pesquisadores fizeram um workshop com as crianças e suas famílias depois da experiência, para criar um espaço de reflexão a cerca do tema tratado. 

Ah, claro: a mídia também exerce fortíssima influência sobre as crianças. Se você acha que não, vale uma ida ao site do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana. Mas, antes de personificar a mídia como a grande vilã da história, vale lembrar que crianças ficam expostas à tv e internet em casa com consentimento de pais ou responsáveis. Ou seja, cabe a cada um saber por quanto tempo seu filho vai ver tv - e principalmente, O QUE ele vai assistir... Ficar horas a fio exposto a desenhos agressivos, seriados com meninas "perfeitas" e publicidades intermináveis de puro consumo traz mesmo algo de bom pra uma criança? 

* ví a indicação do vídeo por @Braungustavo que, apesar de deliciar o Twitter com os perfis divertidíssimos @nairbello, @ficavaiterbolo e @vmsacompanhar, mostrou que não é só um rostinho bonito na TL 

9 de jan. de 2012

Férias em casa com o papi

As férias chegaram e como eu vou trabalhar direto (só tive a semana entre Natal e Ano Novo de folga, o que foi pouco ótimo!), tivemos que dar um jeito de cuidar da Nina durante o recesso do berçário. E eis que André Hernan, o rapaz que não foge da bola, chamou pra si a responsabilidade da brincadeira: "Tiro férias e fico com a minha filhinha" (palavras dele). Então tá, a vida tem sido assim desde então.

E lá vão pai e filha bombar janeiro a fora: parque, bicicleta, dvd do Backyardigans, cd do Peixonauta, filha pra cima, filha pra baixo, lanchinho na padaria, banho bagunçado demorado, fruta batida no mixer, figurino com combinações fantásticas de listras com bolas e muita, muita risada.

O que tenho reparado é como a convivência dos dois é leve e divertida. Ok, é bem mais fácil curtir cada momento com mais tranquilidade quando se está de férias, mas não é só isso. Tem um pouco de displicência, na dose ideal para que as coisas fluam com mais harmonia e menos cara de dever, sabe? Daí que outro dia os dois começaram uma brincadeira tãããão bobinha, mas que renderam tantas gargalhadas que resolvi gravar pra mostrar. Ela serve pra exemplificar como momentos tão simples podem ser tão queridos.

E aí é aquela história: se você dá muita trela pro lado sério da vida (e isso não significa não ser comprometido com os seus deveres/trabalho), pode deixar escapar sorrisos que enchem o dia de graça e nos fazem lembrar do que mesmo vale a pena. Bom, a carapuça serviu direitinho pra mim mesma pra um monte de gente, né? Ou será que eu sou a única mãe que se descabela com o dia-a-dia e vira e mexe entra na roubada de não curtir a vida?!

(cuidado: a cena abaixo é forte para quem conhece o André só profissionalmente e o acha marrento)


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