Vira e mexe as pessoas estão falando sobre o parto normal e a cesárea. Já falei disso aqui e aqui também. Não costumo me alongar muito, pois sinceramente não é um tema que tenho muito resolvido internamente. O fato é que, muitas vezes percebo que a questão do parto normal é complexa por "ir contra à praticidade" de uma sociedade pautada no fast food.
Em 2005 a USP Leste, mais especificamente a EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades), criou o curso de Obstetrícia, que entre outras demandas, tem como objetivo formar profissionais capacitados para dar suporte para mães (e familiares) antes, durante e depois de partos, preferencialmente naturais (ninguém acha que a cesárea é uma vilã. Em muitos casos, ela salva vidas, sim. O problema é a distorção que se faz no uso da cirurgia). Com a formatura das primeiras turmas, os alunos da graduação se depararam com a dificuldade em conseguir registro profissional, como explica esta matéria do Estadão. O assunto, complexo, deu pano pra manga. Mas, desde o ano passado, o curso teve parecer favorável do Ministério Público Federal para a obtenção do registro de bacharel pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), como explica o site do próprio curso.
Pra mim, o mais importante aqui é perceber o movimento que se faz em busca de oferecer o direito à mulher de um parto natural e digno. É perceber que parte da sociedade busca refletir sobre o que está pré-estabelecido (pela outra parte!) como sendo mais "fácil e indolor". É saber que poderemos contar com pessoas capacitadas para ajudar parturientes, inclusive em hospitais e maternidades públicos.
Bom, tô escrevendo toda essa história pra dividir com vocês um vídeo realizado aqui pelo núcleo multimídia onde trabalho, na USP, justamente sobre o curso de Obstetrícia. Quando a aluna que narra a voz em off veio aqui no estúdio, conversei longamente com a professora Celia Regina Maganha e Melo e vi o quanto aquela graduação está empenhada na humanização do parto e no empoderamento das mulheres. Combinei que ajudaria na divulgação, pois acredito que é uma semente em direção à mudanças importantes. Quem se interessar por mais informações pode entrar em contato com a Associação de Alunos do curso de Obstetrícia.
Para assistir o vídeo do curso de Obstetrícia, clique aqui.
Obs. Claro que sinto uma alegria imensa de ver minha filha linda e saudável, independentemente do jeito que tenha vindo ao mundo. Mas uma cirurgia pode deixar marcas profundas, nem sempre com cicatrizes visíveis a olho nu, num momento em que a mãe mais precisa se sentir completa e amparada para cuidar de um bebezinho! Você, assim como eu, não sabe até hoje se sua cesárea foi mesmo 'necessária'?
Para assistir o vídeo do curso de Obstetrícia, clique aqui.
Obs. Claro que sinto uma alegria imensa de ver minha filha linda e saudável, independentemente do jeito que tenha vindo ao mundo. Mas uma cirurgia pode deixar marcas profundas, nem sempre com cicatrizes visíveis a olho nu, num momento em que a mãe mais precisa se sentir completa e amparada para cuidar de um bebezinho! Você, assim como eu, não sabe até hoje se sua cesárea foi mesmo 'necessária'?